quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Principais cuidados a ter com a caturra bébe

Enquanto criadores há que mentalizar que antes de estarmos à espera de ter um bicnhinho simpático a criar estamos efetivamente a substituir o papel dos pais, a partir do momento em que criamos uma caturra ou outra ave à mão estamos a assumir o papel de pais adoptivos e devemos agir em conformidade com esse papel, note-se que a responsabilidade é sua e que o animal até à altura em que consegue comer por si próprio não tem autonomia e tem que ser cuidado, isto implica uma série de coisas entre as quais se destacam: Tempo e responsabilidade.

A caturra é um animal inteligente que deve, tal como outras aves, merecer uma vida social com outras aves e pessoas, ter espaço para voar e ser alimentada devidamente.

Ainda no processo de criação devemos ter em conta alguns factores:

1)  Tempo - A caturra exige tempo especialmente se for criada desde pequenina (10-14 dias) tal como acordaria durante a noite para dar de comer a um bébe a caturra exige cuidados semelhantes, há que ache desculpável saltar estas etapas o que não é responsável, lembre-se que além de estar a privar a caturra das melhores condições possíveis (porque ninguém consegue substituir os pais biológicos) está a administrar uma pápa inferior à que a caturra iria receber directamente do bico da mãe, logo é essêncial tomar o máximo de tempo e de cuidado possíveis.

2) Higiene - Mais importante que tudo o resto, a higiene, irá prevenir infecções e doenças no animal pequeno que ainda não tem o sistema imunitário completamente funcional. As caturras são animais frágeis tal como todos os outros animais bébes por isso é essêncial manter uma boa higiene, isto significa mudar os papeis todos os dias várias vezes para o animal não pisar as próprias fezes e ter sempre o cuidado de estirilizar a seringa.

3) Calor - As caturras não têm capacidade para criar e manter o calor corporal sozinhas por isso é fundamental que seja o papel do criador mantê-las quentes, para isso pode usar vários métodos dos quais o melhor é ou um tapete térmico (semelhante ao dos répteis), uma luz que emita calor, ou botijas de àgua quente, pode ainda usar um aquecedor (radiador nunca ventilação) mas ter sempre em conta a temperatura e não exagerar! O ideal é criar as caturras nos tempos mais quentes ou usar as botijas de àgua quente mas estas têm que ser mudadas de tempos em tempos. Quando criar uma caturra é mais fácil criar (curiosamente) aos pares pois os irmãos irão aquecer-se mutuamente. O calor é extremamente importantes pois a caturra pode falecer se entrar em hipotermia.

4) Alimentação de qualidade - Não poupe na alimentação mesmo que pareça aliciante, a melhor alimentação não consegue substituir a alimentação dos pais biológicos por isso o melhor que encontrar será sempre razoável, não substitua por outra ração de pardais ou piriquitos ou ainda de papagaios, a caturra tem uma ração própria que deve ser administrada e nunca substituida por outra a não ser que caia numa emergência aí pode administrar papa para bébe (na farmácia com frutas) humana misturada com um pouco de puré de maçã ( que ajuda a caturra a esvaziar o papo). Tenha em conta que deve alimentar a caturra sempre que necessário e deve verificar sempre se o papo esvaziou, se o papo não esvaziar administre puré de maçã (LIDL) numa seringa para ajudar na digestão. É crucial que o papo esvazie pois se acumular muito tempo pode fermentar e criar problemas como a candida.

5) Monitorização de sintomas e idas ao veterinário - Não deixe passar uma semana quando achar que a sua caturra estiver com problemas de saúde mas leve-a imediatamente ao veterinario para exóticos.  Se tiver na àrea do Porto aconselho o Vet de exóticos com o Dr. Joel, é uma clinica moderna com boas condições e profissionais com conhecimentos mesmo no que toca a medicina natural. Foi lá que a minha caturra foi seguida algumas vezes sempre com bons resultados. Deve ter em mente quatro factores e monitoriza-los constantemente: Temperatura (verifique se a ave se mantém quente ou fria, se reparar que esfriou e não lhe consegue subir a temperatura com uma botija de àgua quente leve a caturra ao veterenário) papo esvaziado ( verifique que o papo esvazia regularmnete, se não esvaziar com ajuda do puré de maçã consulte o veterinário) Fezes ( Fezes esverdeadas ou com mudanças de cor podem ser um indicador de infecções fungicas) Abertura do bico ( tenha atenção quando a caturra não conseguir abrir o bico é sinál de tétano, deve ser tratada imediatamente, na hora sem mais adiamentos pois se não for tratado na hora a caturra acaba por ceder e falecer) Fluxo nasal / do bico ( As caturras constipam-se com facilidade e ao contrário de nós humanos uma constipação pode causar a morte em animais dos quais se destacam as tartarugas, os gatos e as aves, são muito sensíveis a afecções respiratórias. Se registar corrimentos (ranho) dirija-se ao veterinário sem mais adiamentos).

6 ) Dinheiro - Infelizmente dinheiro é um factor a considerar se quiser fazer tudo certo e criar você mesmo/a à mão a partir de alguns dias de idade terá inicialmente alguns gastos em papel, emissão de calor e na ração que não é de todo barata mas necessária. Por outro lado quando a caturra foi autosuficiente é dos animais mais baratos para cuidar, a ração pode custar 1 euro por mês se comprar em quantidades maiores e até menos.

7) Carinho - O resultado da criação irá depender da forma como cria o animal, como todos os seres vivos o animal deve ser tratado com cuidado e carinho, deve acariciar as aves na cabeça (elas costumam abaixar a cabeça para pedir festas) e atrás da cabeça (onde gostam mais). A caturra é um animal inteligente e sente as pessoas, é também desconfiado, se não conquistar a confiança desde cedo depois torna-se um caso mais sério. Lembre-se que ao adoptar uma caturra está a assumir a responsabilidade para o resultado da criação tal como assumiria com um filho ou familiar.

8) Abrigo -  As caturras devem ser mantidas em caixas, ou cestos, aconselho uma caixa de plástico fácil de limpar e alguns papeis (dos rolos de papel) por baixo em conjunto com o aquecimento, pode meter uma toalha mas tem de a lavar. As caturras não devem ser metidas logo em gaiolas e a gaiola deve ser um sitio para guardar a caturra mas nunca o sitio onde deve passar a maior aprte do dia, o ideal é treinar a caturra a ficar num poleiro onde irá permanecer grande parte do dia e quando quiser terá a possibilidade de voar.

9) Ensinar a voar e cuidado com eventuais fugas - Como você assume o papel dos pais também é você que vai ensinar a caturra a voar! Para isso irá simular o movimento as asas, as caturras são animais que copiam por isso apredem via imitação. Assegure-se que a caturra está num lugar sem vidros transparentes ou objectos que a possam prejudicar (pode encobrir os objectos com toalhas) pois as caturras inicialmente voam contra tudo e podem magoar-se até mesmo de forma fatal nas asas, na altura em que ensinei a minha caturra a voar (que foi muito cedo) já a tinha habituado a vir ter comigo quando ela ainda andava na caixa, este exercício obriga a caturra a começar a esvoaçar para ir ter consigo. Tenha cuidado para evitar a fuga do animal pois as caturras perdem facilmente a orientação e mesmo querendo voltar para casa por vezes não conseguem, no caso de haver fuga chame pelo nome da caturra pela àrea e tenha paciencia.



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Como administrar a papa?

A papa deve ser administrada através de seringa (5ml ou de 10 ml) sempre desinfectada para evitar risco de infecção.


A seringa é cuidadosamente inserida no bico da caturra pelo lado esquerdo do bico (do ponto de vista da caturra) apontando o bico da seringa para o lado direito. Isto fará com que a papa seja absorvida pelo canál  correcto evitando aspiração e asfixia.


Se a caturra não reagir é necessário dar algumas ligeira pancadas com a ponta da seringa no bico (os pais costumam ter este tipo de atitude quando querem alimentar a sua cria).


Se as caturras ficarem com o bico fechado sem o conseguir abrir poderá ser sinal de que adquiriram tétano.


O video abaixo mostra como alimentar correctamente uma caturra bebé. 




Papa para criação

A caturra não deve ser alimentada com papa de criação para outras aves como canários pois há um plano nutricional específico para este animal.

Até às 4 semanas de idade aconselha-se a dar papa de criação específica, eu costumo optar pela "Nutribird A21" pois contem probióticos e ajudam a ave a manter-se saudável.

Para isso e dependendo da idade do animal deve fazer-se uma mistura de 1 parte sólida para 2-3 partes líquidas. 8

O próprio produto vem com uma tabela de referência para as idades correspondentes.

A papa deve ser administrada nas seguintes quantidades:

Idade da caturra         Tempos da refeição        Quantidade 

1-4 Dias                       De 2 em 2 horas             1-2 ml
5-7 Dias                      De 3 em 3 horas             2-3 ml
8-14 Dias                     5 vezes ao dia                4-6 ml
15-24 Dias                    4 vezes ao dia                7-10ml
25-34Dias                    3 vezes ao dia               11-15 ml            
35-44 Dias                   2 vezes ao dia               11-15 ml
45 Dias                         1 vez ao dia                  11-15 ml

A papa deve estar na devida temperatura que compreende os 37-39º

Atenção à temperatura pois se a fórmula estiver demasiado quente poderá queimar o papo apresentando um caso de urgência médica.

A seringa utilizada para alimentar as caturras pode ser adquirida numa farmácia pelo preço apróx. 12 centimos. Deve ser esterelizada em cada refeição para evitar risco de infecção. Poderá ser desinfectada colocando em àgua a ferver ou limpando com algumas gotas de extracto de Grapefruit (pode adquirir-se na loja do Celeiro) que funciona como antifúngico natural que não apresenta riscos de saúde para o animal.

Cada vez que preparar a papa deve ser usada imediatamente para a refeição e não pode ser guardada para uma segudna refeição, reaquecida ou guardada no frigorífico.







Com que idade devo criar a minha caturra?

Existem duas teorias quanto à idade propícia para criação da caturra à mão;

1) A primeira diz-nos que a altura certa para separar a mesma dos pais deverá ser por volta dos 7-14 dias.

2 ) A segunda teoria defende que devemos criar à mão apenas a partir de 1 mês de idade, altura em que as mesmas deverão tentar voar e tornar-se mais autosuficientes.

3 ) Há ainda quem afirme solidamente que as caturras deverão ser deixadas com os pais e manuseadas, diariamente, durante um mínimo de 15 minutos.

Justificações para os três métodos:

1 ) A caturra ficará mais mansa pois ainda é alimentada frequentemente pela pessoa que a adquiriu, as caturras demoram bastante tempo a criar laços de confiança com os seus donos e em idades mais avançadas poderá ser mais difícil obter o mesmo resultado.

2 ) A caturra será mais independente não necessitando de tantas refeições como uma caturra, por exemplo de 10 dias. Os pais ainda têm algum tempo para a educar. A caturra, sendo um animal muito sociável copia os comportamentos dos seus iguais. Nesta altura são necessários menos cuidados para com a caturra que deverá ter penugem mais avançada e portanto não irá necessitar de tanto calor.

3 ) Não tendo as caturras bebés sistema imunitário correm o risco de adoecer muito facilmente se as quisermos criar à mão. Os pais da caturra proporcionam substâncias às crias que fortalecem naturalmente o seu sistema imunitário. As caturras continuam a ser educadas pelos pais e ao mesmo tempo é possível ao ser humano passar algum tempo com elas, ficando mansas na mesma.

A decisão a tomar cabe a cada criador. Eu mesma criei a minha caturra com 12 dias e posso dizer que dá algum trabalho. É comum as caturras bebés apanharem infecções (exemplo da candida) que se irão revelar através da cor esverdeada das fezes e urina amarelada. É necessário monitorizar atentamente as mesmas e administrar um antifúngico assim como fazer consultas ao veterenário para exóticos pois a caturra é efectivamente um animal que cai nesta categoria.